Ponte Preta vai usar selo de movimento em reconhecimento do combate ao racismo

Fonte: Globo esporte
Nossa responsabilidade aumenta ainda mais em virtude desse reconhecimento. Cada vez mais, temos a obrigação de sinalizar para as próximas gerações que é possível conviver com as diferenças, em paz e harmonia. Sermos reconhecidos como primeira Democracia Racial pelo Movimento AR - uma articulação que envolve empresas publicas e privadas, personalidades,intelectuais, artistas e pessoas de bem - , sobretudo em 2020, quando completamos 120 anos, é um orgulho para todos nós - disse Sebastião Arcanjo, o primeiro presidente negro da história da Ponte.
A iniciativa do "Movimento AR" acontece no mês da Consciência Negra e tem a Ponte como o primeiro clube do Brasil contemplado pelo selo.
- Conceder este selo à Ponte Preta é uma forma de reconhecimento pelo protagonismo desta agremiação no combate ao racismo e à intolerância racial desde sua criação. É incrível que a Ponte Preta tenha conseguido quebrar essas barreiras apenas doze anos após o final da escravidão ao mesmo tempo em que é inacreditável que hoje, 132 anos depois da abolição, ainda tenhamos tristes episódios de racismo em todas as frentes, inclusive no esporte - completa o professor José Vicente, reitor da Universidade Zumbi dos Palmares e líder do Movimento AR.
A Ponte se considera a primeira democracia racial do futebol brasileiro e pleiteia há anos o reconhecimento junto à Fifa por ter tido negros entre os fundadores, em 1900, e ter tido um jogador titular negro no primeiro time: Miguel do Carmo.
Outra relação do clube com a democracia racial é a origem do apelido Macaca, que foi a apropriação de um termo usado para ataques preconceituosos e acabou transformado em motivo de orgulho entre os torcedores.